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A AUTORA


Allana Gonzalez
Maringaense, 16 anos. Perfeccionista, mas esculachada; irritada, e também ignorante. Durmo mais do que gostaria e escrevo mais do que poderia imaginar, só que... (+)

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Comecei a escrever porque gostava de brincar com as palavras, inventar humores, descrever cenários. Escrevia porque gostava de ter tudo sob controle... (+)

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escrito em quinta-feira, 11 de julho de 2013 às 20:47

      - Idiota, idiota, idiota, idiota!
      Ela se jogou no colchão e encostou a cabeça no vidro. Sua respiração embaçava a janela do quarto andar e o Big Ben sumia e aparecia por de trás das nuvens. 
      Ela tinha deixado uma mensagem de voz para ele. Mais uma. 
      Quem em sã consciência deixa mensagem de voz? É muito, mas muito mais ridículo do que mandar mensagem, cutucar no facebook, mandar indiretas no tweeter. É tão...
      - Ridículo! - ela bateu a mão no vidro e deixou se cair de bruços, apertando a almofada no rosto e gritando. 
      O loft parecia tão vazio sem ele. 
      Os quadros que ele a tinha convencido a comprar ainda estavam na parede de tijolinhos a vista, a observando. O lustre começava a juntar poeira, a geladeira vermelha começava a ficar vazia. As flores começavam a murchar e o quadro de giz, em cima da pia, continuava com o mesmo desenho do mês passado, o que nunca acontecia. Sua cama parecia tão sem graça agora, no canto da sala, o véu rosa transparente a cobrindo graciosamente. O lençol caído no chão, e um só travesseiro. 
      Ela rodou no colchão até cair no tapete. 
      - Deixe ele ir sua retardada! 
      Ela começou a soluçar. 
      - Não! Dói, dói, dói, dói - ela abraçou as pernas, e ficou em posição fetal. 
      Era assim que ela tinha passado o mês. Quando olhava pra trás, ela não conseguia entender o motivo de ter terminado com ele. Como ela podia ter achado que conseguiria viver sem ele? Bom, ele era problema. Mas sem ele, ela era um problema. E sem solução. A sua solução, a solução deles, era ficar juntos. Mesmo não combinando, os dois tinham a combinação um do outro, os dois se encaixavam, os dois se completavam. E agora ele se sentia traído, porque havia sido pego de surpresa. E ela também. 
      - Como assim você está com medo? - ele tinha gritado, a dor fazendo ele perder a cabeça.
      - Eu estou com medo porque eu cheguei a um ponto que parece que o meu amor por você nunca vai se saciar! - ela gritou naquela tarde, a 31 dias atrás.
      - Ah, claro - ele jogou os braços para o alto - E me afastando é exatamente o jeito certo de resolver esse problema.
      - Você não entende - sua voz saiu num sussurro.
      - Não! Não entendo! 
      - Eu te amo tanto, tanto, que só de pensar... só de pensar em te perder - ela balançou a cabeça. Esse amor não é saudável. Eu não posso suportar. Eu te odeio! Eu odeio a maneira como o amo! Odeio essa sensação de que não posso respirar. Odeio me sentir em pedaços, mas completa, quando você me beija. Você. Você está em toda parte. Tudo é você. E eu simplesmente, simplesmente não posso lidar com outra queda, se você partir, eu não vou aguentar. Quando as pessoas me amam, elas me deixam. Elas viram as costas. E dessa vez, sou eu quem vai dar as costas.
      E então ela tinha saído. Ela tinha o deixado sozinho, no apartamento dela, e só tivera coragem de voltar para casa na madrugada seguinte. Ele não estava lá. Nenhum bilhete, nenhum vestígio. Na verdade, ele tinha levado todas as suas roupas, todas as suas fotos, tudo. Até o anel. Ele tinha deixado apenas um buraco negro gigante no lugar onde antes era o seu lar, onde antes era o seu coração. E a culpa... a culpa era dela. 
      De repente, o seu ouvido começou a apitar. 
      Não. O telefone estava tocando. 
      O telefone. 
      Ela se levantou num pulo e correu até a mesa. Com as mãos tremendo, ela levantou o aparelho. E lá estava ele. O número dele. 
      - A minha última chance - ela sussurrou, e então atendeu. 
      O telefone estava mudo, mas ela podia ouvi-lo.
      - Você está aí? - ela perguntou, forçando sua voz soar calma e suave, com medo de, sei lá, assustá-lo. 
      - Estou.
      Ela deixou um suspiro escapar. 
      - O que você tem para me dizer?
      "Tantas coisas" ela queria gritar, mas ela sabia que ele não teria paciência. Ela precisava ser rápida.
      - Eu estou confusa. Muito. Mas não em relação ao meu amor por você. Eu disse que te odiava, mas porque eu o amo tanto, que sei que não consigo viver sem você. Por favor, eu só não quero mais fugir desse amor, mesmo que ele me assuste muito, porque eu não posso mais suportar essa dor - quando ela percebeu que estava quase implorando por perdão, ela contou até três antes de continuar.
      - Eu sei que eu não posso voltar atrás, e eu te odeio por você ter escutado aquelas palavras insanas que eu te disse. Eu te odeio porque você me deixou, porque você não estava aqui quando eu voltei. Eu te odeio. 
      Ela respirou fundo.
      - Eu te odeio, porque você me amou de verdade, e eu fui cega. Por favor, não me deixe. Eu te amo. 
      Ele não dizia nada. Apavorada, ela perguntou:
      - Você ainda me ama? 
      A campainha tocou três vezes, da maneira como ele costumava tocar. Coincidência? 
      Segurando o telefone junto ao ouvido, ela foi atender a porta. 
      E antes mesmo dela abrir a porta por completo, ela ouviu a sua resposta.
      - Impossível não te amar. 
      Suas pernas, seu corpo, seus braços, tudo se moveu por vontade própria, respondendo a apenas um instinto: seu calor. Correspondido. Ele a abraçou forte, a erguendo do chão, acariciando suas costas. E dentro de uma sacola, estava um pacote de balas, com o anel lá dentro. Uma piada interna. 
      Eles se beijaram. 

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